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quarta-feira, 19 fevereiro , 2025

Gabinete de Bolsonaro admite não ter provas de fraude eleitoral

O Gabinete do Presidente Jair Bolsonaro admite não ter provas sobre a suposta fraude eleitoral nas eleições para presidente de 2018. A resposta foi dada 8 dias depois que o Tribunal Superior Eleitoral estabeleceu o prazo de 15 dias para que o presidente apresentasse suas provas de fraude eleitoral nas eleições de 2018.

A declaração do Gabinete do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contraria um dos argumentos de maior peso no programa de Bolsonaro para reforma no sistema eleitoral, instituindo o chamado “voto impresso auditável”.

A lisura do processo eleitoral já havia sido questionada mais de uma vez pelo presidente, que alega que teria vencido no primeiro turno das eleições de 2018, e que foram as vulnerabilidades do sistema eletrônico de votos que prejudicaram sua condução antecipada ao Planalto.

Outro argumento muito divulgado pelo próprio presidente e que só aceitaria eventual derrota para Lula em 2022 se o voto fosse auditável, ou seja, impresso.

Como já foi publicado nos Desgovernados, a contradição presidencial tem gerado atritos entre os poderes do país, já que a suspeita do sistema eleitoral brasileiro trazem insegurança eleitoral.

A reforma que implementou o voto eletrônico tinha por objetivo aumentar a segurança do processo eleitoral e garantir uma apuração mais rápida.

A desconfiança promovida pelo presidente no processo eleitoral tem sido interpretada como um atentado à democracia por questionar a validade do voto.

Em evento, Bolsonar alega irregularidades no BNDES

Agindo muitas vezes em contradição às falas do seu próprio Governo, Bolsonaro continua a alegar provas que não tem apresentado.

Sem falar sobre a nota, Bolsonaro também afirmou ter provas de uma suposta “caixa preta” nos empréstimos do BNDES. Ele admitiu para um dos apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada que suspeitava que havia irregularidades, mas que tudo estaria legalizado. As falas em frente à residência oficial do Presidente se tornaram comuns, momento de encontros com apoiadores.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes (Economia) no Palácio do Planalto em 2019
Cerimonia de posse do presidente do BNDES | Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Também na cidade de Chapecó, Bolsonaro afirmou que teria destinado ao Ministério da Economia, conduzido por Paulo Guedes, R$2 bilhões para implementação do voto auditável, caso o Congresso aprove a mudança. No dia seguinte, os líderes dos partidos que formam a maioria da Câmara se reuniram e fecharam um “super acordo” contra a iniciativa, o que dificulta a provação do projeto.

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