No dia 20 de Janeiro desse ano, Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos como 46º presidente da maior potência do mundo. Ele a Vice-Presidente, Kamala Harris, prometem uma gestão muito diferente da feita por seu antecessor, Donald Trump em seus quatro turbulentos anos à frente da Casa Branca.
A nova questão em terras brasileiras é: como a relação Brasil-EUA será quando o maior aliado do Bolsonarismo, Donald Trump, já não pode mais garantir ou inspirar a política de Jair Bolsonaro?
Sem Trump, Bolsonaro se vê sem aliados, uma vez que, em seus dois anos à frente da Presidência do Brasil, o isolamento e o alinhamento à política americana foi a maior base de sustentação de Bolsonaro. Com Biden, as coisas parecem assumir uma nova configuração.
Trump e Bolsonaro, durante o tempo de convivência, compartilharam muitas coisas, desde ideologias políticas e econômicas até o Covid-19 — uma ironia diante da negação dos dois líderes sobre a importância das medidas de distanciamento social.
O tom de alinhamento entre o ex-presidente e Bolsonaro pareceu ainda mais forte quando em 6 de janeiro, motivados por Trump, manifestantes invadiram o Capitólio, sede do Congresso americano, na tentativa de impedir a confirmação de Biden à Presidência. No dia seguinte ao ocorrido,, Bolsonaro cogitou a possibilidade de que o mesmo poderia acontecer no Brasil caso o voto impresso — uma de suas propostas — não fosse aprovada.
“[…] E aqui no Brasil se tivermos o voto eletrônico em 22 vai ser a mesma coisa, a fraude existe”.
É importante salientar que, tanto as eleições brasileiras, quanto as americanas, foram devidamente analisadas pelos mais distintos orgãos que não encontraram qualquer indício de fraude eleitoral, faltando, tanto a Bolsonaro, quanto a Trump, a apresentação de provas suficientes que sustentassem seus pontos.
O posicionamento xenófobo de Bolsonaro, principalmente contra a China, apoiado por Trump, agora amarga resultados que põe o Brasil em xeque, tanto com o maior comprador de mercadoria brasileira, quanto pelos “vizinhos do Norte”, o que já traz impactos econômicos ao Brasil, com o encarecimento da produção, descrença dos investidores de melhoras e evasão de empresas tradicionais da indústria que estavam instaladas no Brasil.
Ademais, a negação do aquecimento global, bem como a omissão de medidas efetivas de preservação ambiental, figuram como um ponto de inflexão para Bolsonaro: Biden mostra claras intenções de promover “embargos” ou pressões ao Governo brasileiro, o que agrava ainda mais a situação social, econômica e política do país.
Ao que tudo indica, a relação entre Brasília e Washington pode ficar bastante dificultada nos próximos dois anos, no mínimo, considerando todo o quadro que se instalou entre o novo Presidente dos Estados Unidos e o Presidente do Brasil com grandes chances de que o Brasil sinta impactos fortíssimos de uma política internacional feita de maneira infantil, pouco educada e isolacionista.