A aprovação do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou no último semestre de 2021 o seu pior resultado: 53% dos mais de 3000 entrevistados pelo instituto de pesquisa do jornal Folha de São Paulo avaliaram o governo de Bolsonaro como ruim/péssimo, 24% como regular e 22% como ótimo/bom.
Em relação à julho do mesmo ano, houve aumento de dois pontos percentuais na avaliação negativa do presidente, e queda de igual valor em relação àqueles que avaliam o governo como ótimo/bom, enquanto a avaliação “regular” do governo se manteve a mesma no período.
Os números de aprovação do presidente têm apresentado queda significativa desde de março de 2021, impulsionado pela condução da pandemia, escândalos de corrupação relacionados à vacina Covaxin, além da situação econômica brasileira.
Avaliação de outros presidentes
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário político de Bolsonaro, no mesmo tempo de primeiro mandato tinha avaliação de 28% de ótimo/bom, 49% como regular, e 29% de ruim/péssimo.
Já Dilma Rousseff (PT), também no primeiro mandato, tinha 49% de ótimo/bom, 40% de regular e 17% de ruim/péssimo: um de seus melhores desempenhos antes de sofrer o processo de impeachment.

Michel Temer (MDB), porém, foi um dos piores avaliados em termos de aprovação pelo instituto no mesmo período de mandado. Quando a pesquisa foi realizada, Temer contava com apenas 3% de avaliação ótimo/bom, 14% de regular e 82% de ruim/péssimo.
Confiança nas falas presidenciais
A mesma pesquisa demonstrou que 60% dos entrevistados nunca confia nas declarações do presidente, ao passo que 13% sempre confia nas falas do mandatário. Soma-se ao desempenho a noção de Bolsonaro cuida mal do país, resposta dada por 65% da amostra da pesquisa.
O respaldo dos resultados nas pesquisas pode ser relacionado principalmente à inconsistência de Bolsonaro em sustentar suas falas. Durante manifestação no dia 7 de setembro de 2021, feriado da Independência do Brasil, Bolsonaro disse que não acataria mais ordens judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Morais.

A fala gerou atritos quase imediatos entre o Governo e Corte e fez crescer o sentimento de um possível golpe de Estado por parte de Bolsonaro.
Contudo, o presidente voltou atrás, lançando nota na qual refutava qualquer intenção te agredir os Poderes, situação que foi, inclusive, intermediada por Michel Temer — presidente que indicou Moraes à cadeira na Suprema Corte.
“A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.”, diz trecho da nota.

A conteúdo divulgado em nota pelo Palácio do Planalto foi considerado um recuo de Bolsonaro ante às promessas feitas para seus apoiadores e fez cair seu apoio entre influenciadores digitais, como Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, além de perda de sua principal base de apoio popular considerada mais radical.
O melhor e o pior presidente que o Brasil já teve
Outra pergunta feita pelo Datafolha foi “qual foi o pior presidente que o Brasil já teve?”, pergunta para Jair Bolsonaro foi selecionado por 48% dos entrevistados, 30% a ma que o segundo colocado, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, com 18% das respostas.
Lula foi o nome mais citado quando a pergunta feita era “Qual foi o melhor presidente que o Brasil já teve?”, com 51%.

Na pesquisa, o principal setor elencado como problemático no governo Bolsonaro está a saúde, citada por 24% dos entrevistados, seguido do desemprego, com 14%.
Desde o início do seu mandato Bolsonaro enfrenta problemas com a administração da saúde: à época, 18% dos entrevistaram disseram que esse era o principal problema do país, sendo superado apenas pela violência/segurança.
A saúde também era o principal problema apontado durante o governo de Dilma Rousseff, com 26% da resposta dos entrevistados, porém, viu esse número diminuir depois do aumento das acusações de corrupção, problema que foi apontado por 37% das respostas cerca de três meses antes de seu impeachment.