As buscas por Lázaro Barbosa (32) chegaram hoje ao seu 15º dia sem sucesso. Escondido, Lázaro tem representado uma incógnita às forças de segurança locais e federais que foram destacadas na região. A informação mais recente é que ele teria trocado tiros com um morador na terça-feira (22).
A força-tarefa que busca Lázaro conta com 270 agentes das Polícias Civil, Militar e Federal, além de ter disponíveis drones com sensor de movimento, helicópters, cães farejadores e rádios comunicadores com raio de alcance de 30km.
Ainda assim, o fugitivo tem escapado das buscas por conhecer muito bem o terreno local, onde a mata e grutas servem como esconderijo ao rapaz.
Os moradores do município de Águas Lindas de Goiás (GO), Ceilândia (DF) e cidades ao redor, estão assustados com a possibilidade de terem suas casas ou propriedades invadidas por Lázaro, que ele já fez reféns e matou um homem de 48 anos e seus dois filhos, um jovem de 21 anos, um adolescente de 15 e levou como refém sua mulher e a matou com um tiro na nuca depois de ter deixado o local e está na mata densa. A preocupação local se dá, principalmente, porque Lázaro tem se mostrado bastante violento em seus crimes.
As invasões têm sido úteis ao foragido já que fornecem, em muitos dos casos, alimento e água, o que prolonga ainda mais sua fuga e aumenta o tempo de busca.
Governo defende as forças de segurança
Na segunda-feira (21), o governador Ronaldo Caiado (DEM), quando questionado sobre a situação e demora, saiu em defesa das forças de segurança:
“Estão lá procurando, buscando, estão colocando suas vidas em risco. Vamos deixar que a polícia cumpra sua função. Quem quer opinar tem que saber das dificuldades locais.”, afirmou o governador.
Já na terça-feira (22), foram encontrados um carro queimado, um lençol usado e um serrote que que passaram por perícia para saber se foram utilizados por Lázaro.
A força-tarefa estabeleceu um perímetro de segurança nas cidades de Águas Lindas de Goiás (GO) e Cocalzinho de Goiás (GO) em que acreditam que Lázaro se encontra, e passou a revistar carros e passageiros na tentativa de encontrar o fugitivo.
Opinião: O fenômeno Lázaro
Embora seja claro que Lázaro precise responder por seus crimes de maneira adequada e justa por parte das autoridades, o caso evidencia dois fenômenos no mínimo bizarros na sociedade brasileira: a inépcia de autoridades policiais e a fixação pela violência.
O primeiro já é conhecido pela grande maioria do povo brasileiro: mesmo para crimes menores como furtos e roubos, pouco é feito para, de fato solucionar os problemas. Com exceção de bairros de classe média-alta, a maior parte da sociedade não pode contar com as suas forças policiais quando se trata da sua segurança.
Isso é somado a um vício nacional pela violência, amplamente divulgada pelos veículos de informação e por programas sensacionalistas.
Existe uma sina em saber o fim da história sem se atentar que, por trás de cada crime existem outros detalhes que não são contados: policiais e agentes penitenciários mal pagos, cadeias lotadas, acesso a armas de fogo facilitadas pelo governo federal.
Quanto à mídia, há emissoras de televisão que redação especializadas em casos policiais — curiosamente os programas se alternam com programação religiosa.
O Caso Lázaro mostra o que há de pior em termos de criminalidade: uma mídia viciada em violência e o Poder Público incapaz de achar uma só pessoa.