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segunda-feira, 11 novembro , 2024

China e Brasil: um impasse

O Brasil enfrenta uma situação complicada: cargas com insumos necessários à produção da vacina Coronavac, desenvolvidas peloInstituto Butantã com o laboratório Sinovac, correm o risco de não serem entregues à tempo por conta de impasses da diplomacia brasileira.

Em matéria publicada por Igor Gadelha e Thais Arbex da CNN Brasil (https://www.google.com/amp/s/www.cnnbrasil.com.br/amp/politica/2021/01/19/governo-admite-que-ataques-a-china-travam-chegada-de-insumos-para-vacina) , ficou claro que as relações diplomáticas com a China foram abaladas pela política de Bolsonaro e filhos: o constante ataque promovido por partes do Governo ameaçam comprometer o plano de vacinação nacional — algo que agrava ainda mais o problema nacional relacionado à Covid-19.

Esse choque diplomático, contudo, é tão somente fruto de uma série de erros e falta de bom senso promovidas por integrantes do Governo, como o Ministro Ernesto Araújo e o Deputado Eduardo Bolsonaro — que preside a Comissão da Relações Exteriores e Defesa da Câmara. E ele não se restringe só à China.

Nos afastamos da Argentina desde que Alberto Fernández, peronista e ligado a Cristina Kirschner, assumiu a presidência. Do outro lado do Atlântico, a Europa ameaça não comprar mais carne bovina brasileira, alegando problemas com o descompromisso do Governo com causas ambientais, como queimadas e desmatamento, como noticiou a BBC News Brasil (https://www.google.com/amp/s/www.bbc.com/portuguese/internacional-55168713.amp).

A gota d’água para o governo de Beijing foi o posicionamento de Eduardo Bolsonaro, em novembro do ano passado, que promoveu acusações de espionagem relacionada à instalação da rede 5G — feita pela empresa chinesa Huawei, como foi noticiado pelo portal Deutsche Welle (https://www.dw.com/pt-br/china-repudia-declarações-de-eduardo-bolsonaro-sobre-5g/a-55721435).

Obviamente que, à época, a atitude gerou uma resposta dura por parte do governo Chinês, que respondeu através da Embaixada no Brasil: “Isso é totalmente inaceitável e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio”, disse a nota.

Agora, sem Trump como aliado político de peso e depois de episódios de verdadeira vergonha internacional, o Governo se vê com relações com outros países seriamente abaladas — e sem ter a quem recorrer.

O produto final desse projeto político débil e descabido evidencia o desastre vivido por nosso País tanto internacional como nacionalmente: não conseguimos iniciar uma campanha de vacinação ampla; acumulamos centenas de milhares de mortos; números ascendentes de contágio, além da absurda a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus.

Soma-se a isso a perda de milhares de empregos por conta de empresas que saem do Brasil aos montes. São 14 milhões de famílias em situação de miséria — com fome.

Nosso impasse de com a China mostra um Governo insano e irresponsável e evidencia um Brasil doente: sem ter com quem contar, morre, aos poucos, sem ar.

 

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