No final de 2020, em meio a vigente pandemia da covid-19, a população brasileira pôde escolher seus representantes para prefeito e vereador de seus respectivos municípios.
Além das votações brasileiras, houve também a eleição presidencial nos Estados Unidos da América, com vitória do democrata Joe Biden Jr. que agora está a frente da potência estadunidense, o que promete alterar as relações americanas com o Brasil.
Presidido por Jair Bolsonaro (sem partido), que busca o segundo mandato em 2022, o governo brasileiro se vê cheio de incertezas quanto ao futuro: o mau gerenciamento da pandemia de Covid-19 evidenciados pela CPI da Covid, os casos de corrupção dentro do governo e uma economia que ainda patina tornam cada vez mais tornam difícil o caminho de Bolsonaro à reeleição.
Seu mais provável adversário é o ex-Presidente Lula (PT) — que em clima de pré-campanha, já articula os bastidores do poder no Brasil.
João Doria(PSDB) tenta, com unhas e dentes, vencer as prévias do partido no fim do ano. Para o tucano, apesar da publicidade que a vacina trouxe, pesa o fato de ter se aliado a Bolsonaro na eleição presidencial de 2018 — mesmo que o divórcio entre os dois já esteja declarado.
Para apoiar sua política e validar o modus operandi, Bolsonaro contava com o apoio de Donald Trump, com quem tinha alinhamento político e pessoal. Com a derrota do republicano e eleição de Joe Biden, Bolsonaro ficou órfão.
O resultado das eleições americanas tornou o cenário para 2022 um pouco mais delicado para Bolsonaro também tornam complicada a sua imagem internacional: negacionismo, má gestão da pandemia, destruição ambiental e corrupção em forma de máfia fazem parte do currículo do mandatário brasileiro.
Isolado, Bolsonaro se vê cada vez mais sem aliados internacionais: Trump caiu, Netenyahu também. E a maioria das lideranças apenas ignoram o Birrento da República.
Sua última cartada é recorrer ao antigo “toma lá, dá cá” que é típico da política brasileira, liberando quantia obscenas em verba parlamentar para garantir apoio e melindrar possíveis tentativas de Impeachment.
Bolsonaro se sente abandonado — e por isso tem recorrido a grupelhos no Telegram. Lá encontra quem ainda o gosta.
Repete-se um cenário já conhecido.
Sem apoio externo de grandes compradores e fornecedores, como a China e os próprios Estados Unidos, a economia volta à ameaça de inflação crescente, principalmente de produtos atrelados ao dólar, como o trigo, e que tornam o pãozinho, por exemplo, ainda mais pesado para a população – principalmente para a parcela mais pobre.
A ascensão de Biden soa como uma notícia terrível para o governo brasileiro, visto que o principal e único aliado de Bolsonaro não ocupa mais a Casa Branca. Sem seu principal aliado e com as relações comerciais com o restante dos países do mundo visivelmente abaladas, o governo Bolsonaro terá um 2021/2022 bastante conturbados e custosos.
A prova dessa falta de boa governança foi o “título” de “Presidente mais corrupto do mundo” concedido ao dignatário brasileiro pelo Projeto de Relatórios de Crime Organizado e Corrupção, uma junção de Organizações Não-Governamentais que avalia a lisura de governos internacionais.
Doria seguiu o caminho contrário de Bolsonaro no controle da pandemia, investindo pesados recursos e promovendo o Instituto Butantã e o Laboratório SINOVAC, que são os desenvolvedores da Coronavac.
Ainda que Dória não seja uma unanimidade eleitoral, principalmente pelo ódio que despertou na ala bolsonarista da população, o capital político do Governador aumentou, principalmente pelo protagonismo pela vacina – o que possivelmente será considerado no pleito de 2022.
Ainda assim, a vitória do tucano pode não ser tão certeira: a compra e o desenvolvimento da vacina não considerou a situação de diversos trabalhadores vulneráveis durante a flexibilização do Estado.
Quanto à eleição presidencial brasileira, a pergunta sobre quem ocupará a cadeira do Planalto é cada vez mais pungente. Dória e Bolsonaro soam como candidatos mais óbvios, mas Lula figura como mais provável, cada qual com seus vícios e virtudes, mas soando como “a escolha do menos pior”.
Essa tríade tenta presidência do Brasil em 2022, mas eles são os melhores candidatos?